Foto do Rev. Pe. Bráulio Maria e outros sacerdotes com os féis após
última Missa no Rito Romano Tradicional na Capela São José em
Goiânia, Goiás, Brasil no dia 23 de março de 2024
"Se o mundo vos aborrece, sabei que, primeiro do que a vós, me aborreceu a mim.
Se fosseis do mundo, o mundo amaria o que era seu; mas, porque não sois do mundo, antes eu vos escolhi do meio do mundo, por isso o mundo vos aborrece.
Lembrai-vos da palavra que eu vos disse: Não é o servo maior do que o senhor. Se eles me perseguirem a mim, também vos hão-de perseguir a vós; se guardaram a minha palavra, também hão-de guardar a vossa.
Mas tudo isto vos farão por causa do meu nome, porque não conhecem aquele que me enviou.
Se eu não tivesse vindo e não lhes tivesse falado, não teriam culpa, mas agora não têm desculpa do seu pecado.
Aquele que me aborrece, aborrece também meu Pai". Jo 15: 18-23
O fato da existência dos católicos “tradicionalistas” é algo inexistente e sem explicação na história Santa Igreja Católica, que é a história do Cristianismo. Durante a crise ariana, a situação mais próxima a atual, a Igreja não era dividida entre tradicionalistas e não tradicionalistas, mas sim entre aqueles que não abraçaram a heresia ariana e os que a abraçaram.
Antes não havia rito de Missa em vernáculo na Igreja, somente entre os hereges; não havia altares-mesa no estilo luterano, somente entre os hereges; não havia “ministros da extraordinários da Eucaristia” leigos ou meninas coroinhas; não havia música mundana profana protestante na Missa, mas somente canto gregoriano; não havia Pachamama, Fiducia supplicans ou a necessidade de Summorum Pontificum; não havia seminários vazios, conventos vazios, paróquias abandonadas e escolas católicas fechadas; não havia fuga em massa de sacerdotes, religiosos; não havia “ecumenismo”, os fiéis não participavam de cultos acatólicos e padres, bispos, cardeais e o papa não frequentavam lojas maçônicas e chamavam hereges de irmãos separados ou diziam que infiéis, ateus estavam salvos em suas crenças; não havia “Católicos Carismáticos”, “Neo-Catecumenais”, liberais, padres cantores de calças apertadas, bombados, surfistas, sem batina, andando de calção, sem camisa; então antigamente não havia "tradicionalistas", porque não era necessário colocar uma separação entre os que eram católicos com os que apenas fingiam ser, pois todos os católicos, ou a sua maioria, aceitavam instintivamente o que a Santa Igreja ensinou, através dos papas, a verdade prescrita em nossa profissão de nossa fé.
Nos chamados “Católicos do Vaticano II” o índice de divórcios chega a mais de 30%; nascimentos, batismos, casamentos, conversões e frequência à Missa diminuiu desde o Concílio e continua a diminuir; a apostasia é uma das poucas coisas que aumenta, o número de supostos católicos que deixam a Igreja em busca de uma "espiritualidade" diferente é cada vez maior e muitos abandonam devido a libertinagem reinante no seio do clero; rejeitam o ensinamento infalível da Igreja sobre fé e moral; perda e diminuição de vocações sacerdotais.
Numa pesquisa realizada nos EUA pelo Centro de Pesquisa PEW, 69% dos entrevistados que diziam ser católicos, que frequentam a Missa ao menos uma vez na semana, respodeu que não acreditam na presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Hóstia Consagrada, não acreditam na Transubstanciação e que a Eucaristia é apenas um símbolo. Dos 31% que acreditam na presença Real de Nosso Senhor Jesus Cristo na Hóstia, apenas 28% sabem que é ensinamento da Igreja a Transubstanciação.
Em outra pesquisa, esta realizada por um padre bi ritualista Donald Kloster, da Igreja de Santa Maria, nos Estados Unidos, que realçou alguns dados interessantes de grupos que assistem à Missa Tradicional e dos que participam da Missa Nova, realizada com 1.773 pessoas dos dois ritos apresentou os seguintes resultados: cerca de 2% dos católicos que assistem à Missa Tradicional aprovavam a contracepção, contra 89% dos que participam da pós-conciliar; 1% dos católicos que assistem à Missa Tradicional aprovavam o aborto, em comparação a 51% dos que assistem à Missa pós-conciliar; 99% dos católicos que assistem à Missa Tradicional afirmaram ir à missa semanalmente, contra 22% dos que assistem à Missa pós-conciliar; 2% dos que assistem à Missa Tradicional aprovavam o “casamento gay”, contra 67% dos que assistem à Missa pós-conciliar. As doações entre católicos que assistem à Missa Tradicional, é 6 vezes maior que as doações dos que frequentam a Missa nova. A taxa de natalidade entre os católicos que assistem a Missa Tradicional é 60% maior que os pós-conciliares.
Um grupo pequeno chamado de tradicionalistas que segundo pesquisas, respondem por 0,1% do número de católicos no mundo, isso quer dizer pouco mais que um milhão e trezentas mil pessoas em um universo de mais de um bilhão com menos de 0,2% de padres que celebram a Missa no rito Romano Tradicional, é motivo de tanta ira.
Respondendo então, o que é um "tradicionalista"? Somos apenas católicos. Católicos que continuam praticando a fé como ela é, sempre foi e será. Vivemos, essa Fé, como se as calamidades do pós-Vaticano II jamais tivesse existido. Cremos e prestamos culto a Deus como sempre foi na Santa igreja. e como deve ser.
Frequentamos a Santa Missa todos os domingos e festas de preceitos, a não ser que nosso dever de estado nos impeça; cremos que o casamento é indissolúvel e um Sacramento entre um homem e uma mulher; confessamos regularmente, pois somos pecadores e como tal reconhecemos nossas faltas e sabemos que não estamos salvos, só nos aproximamos da Santa Comunhão em estado de graça e A recebemos de joelhos e na boca das mãos do sacerdote, único que pode tocá-las; cremos na presença real de Nosso Senhor Jesus Cristo, na hóstia e no cálice e que ocorre a Transubstanciação nas palavras da Consagração dita pelo Sacerdote, persona in Christi, alter Christus; praticamos atos de piedades, sacrifícios, jejuns e abstinências como manda a Santa Igreja; que o papa, mesmo com sua deficiência, é o Vigário de Cristo na Terra e chefe da Igreja visível; cremos nos dogmas da Igreja, Céu, inferno, que Nossa Senhora é Mãe de Deus, na Santíssima Trindade, que Nosso Senhor Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e verdadeiro Homem; somos contra o aborto e a eutanásia, a favor da vida; nosso fim é Deus.
Com tudo isso nós também divertimos, assistimos esportes, mas sem a paixão desordenada e os praticamos, alguns jogam futebol, não no domingo que é dia do Senhor, outros surfam, fazem caminhada, corrida ou ciclismo, há até profissionais nos esportes; viajamos em férias, vamos a balneários, praias, não usamos trajes imodestos, à cidades históricas, e a outros países. Ouvimos músicas e assistimos a filmes, não com conteúdo imoral; vemos telejornais, canais no Youtube, que tenham bons conteúdos, navegamos na internet. Dirigimos, fazemos compras, frequentamos shopping centers; ingerimos bebidas alcoólicas, moderadamente, fazemos churrascos, não as sextas-feiras, dia de abstinência; comemos doces, chocolates, degustamos bons pratos; vamos a restaurantes, tomamos sorvetes e picolés. Somos multados, processados, vitimados por crimes; adoecemos, muitos têm hipertensão, outros diabetes; cansamos, dormimos, estudamos, vamos para a faculdades; temos cartões de crédito, cheques, investimentos, poupanças, seguros. Há cantores, atores, juízes, promotores, empresários, funcionários públicos e privados, metalúrgicos, vaqueiros, caminhoneiros, blogueiros, youtubers. Há os ricos, os não tão ricos, os médios e os pobres. Somos brancos, negros, amarelos, indios, latinos, africanos, asiáticos, altos, baixos, gordos e magros. Sorrimos, choramos, falamos, sentimos saudades de alguém, chateamos, entristecemos, mas tudo não se compara com o amor que temos por Deus.
Queremos, acima de tudo, honrará a Deus da melhor maneira que podemos, oferecer o melhor culto, chegar ao Céu para contemplá-Lo face a face.
Assim é ser "tradicionalista".
Si mundus vos odit scitote quia me priorem vobis odio habuit - Ioannes XV: 18
Roosevelt Maria de Castro
Pronunciamento do Rev. Pe. Bráulio Maria, CSsR, até então da Capela São José em de Goiânia, Go, Brasil, informando de sua remoção, transferência e a devolução da Capela em que celebrava a Santa Missa exclusivamente no rito Romano Tradicional desde 02 de fevereiro de 2019 até 23 de março de 2024.
